Incluindo a
psicomotricidade em sala de aula como facilitadora da aprendizagem
Psicomotricidade
•
“psicomotricidade, é utilizar o corpo, agir e sempre se emocionar
com ele” (fátima alves, 2003);
• “a
psicomotricidade compreende, no fundo, uma mediatização corporal e
expressiva, na qual o reeducador, o professor especializado ou
terapeuta estudam e compensam condutas inadequadas e inadaptadas em
diversas situações, geralmente ligadas a problemas de
desenvolvimento e maturação psicomotora, de aprendizagem,
comportamento ou de âmbito psicoafetivo”. (vitor da fonseca, 2004)
A psicomotricidade no
desenvolvimento da criança é a exploração que desenvolve na criança
a consciência de si mesma e do mundo exterior; . O movimento
permite à criança explorar o mundo exterior através de experiências
concretas, sobre as quais são construídas as noções básicas para o
desenvolvimento intelectual; . A harmonia do desenvolvimento com
todos os seus componentes é tão importante quanto a aquisição de
tantas performances numa determinada idade, ou de tantos
centímetros.. Não se trata para a criança de realizar uma corrida de
obstáculos, o mais rapidamente possível, mas desenvolver seu corpo
e sua mente de maneira equilibrada. Entretanto, no momento em que
certas aquisições, tais como a linguagem, por exemplo, se
desenvolvem rapidamente, os progressos em outras áreas estacionam: é
preciso compreender que a criança não pode centrar seus esforços em
todos os setores ao mesmo tempo.
Desenvolvimento
psicomotor - Wallon distingue: um estágio impulsivo, um estágio
emotivo, um estágio sensório-motor e um estágio projetivo.
. No nascimento: o
recém-nascido apresenta particularidades surpreendentes. Incapaz de
movimento voluntário organizado, apresenta reações
automático-reflexas bastantes complexas;
. A partir do 1º mês:
segue as coisas pelo olhar, parece distinguir muito precocemente
certas formas e cores e apresenta uma reação de atenção exata ao
olhar do outro, deixando de chorar quando alguém se aproxima,
havendo uma reação entre a criança e o ambiente humano, fazendo com
que se situe precocemente a socialização;
. No 2º mês: ele segue
com os olhos uma pessoa que se desloca e começa a sorrir aos rostos
familiares, emite sons vocais, brinca com suas mãos, as examina,
fazendo com isso interessar-se pelos personagens humanos e por si
mesma;
. No 3º mês: estabelece
a primeira comunicação através do sorriso recíproco e se não faz
ainda gestos intencionais, sai do estágio de reflexo;
. No 4º mês : começa a
tocar, manipular os objetos, aproximando-os para pegar, esconde o
rosto, ri alto, volta a cabeça para olhar uma pessoa que o chama,
começando a orientar-se no espaço;
. No 5º mês: pega o
objeto que esteja ao seu alcance, manipula-o, consegur conservar-se
quando sentada com apoio. A visão do mundo muda quando senta-se e ao
desenvolver a apreensão, podendo a partir daí ver o conjunto do
corpo do outro e chegar a exploração espacial;
. No 8º mês: joga os
objetos longe. Neste mês a presença e ausência, as aceitações e a
rejeição têm muita simbolização, a criança estabelece a permanência
do objeto e de si mesma, atingindo uma fase importante. A crise de
angústia aparece quando sua mãe não está perto ou quando se
apresenta no lugar da mãe um rosto estranho quando não a satisfaz. A
presença da mãe é agora desejada mesmo fora dos momentos de
necessidade. Sua presença não é mais a de alguém, como no 3º mês,
mas personalizada e identificada;
.No 9º mês: há
instituição da memória, da percepção do afastamento, do fora de
alcance. Pega os objetos escondidos à sua frente. A primeira palavra
serve para dar nome a tudo; . No 10º mês: se coloca em pé sozinha,
bebe com um copo, repete um som ouvido e interrompe um ato ao ouvir
uma ordem. O desenvolvimento subsequente mostrará, com o
desenvolvimento da marcha e da linguagem, a automatização cada vez
maior do sujeito e do domínio do espaço físico e simbólico. . Aos
21 meses (1 ano e 9 meses), dará nome a duas imagens, constituindo
frases de muitas palavras. É nesta idade que se adquire
definitivamente a noção de totalidade corporal; as partes do corpo
são contudo, designadas em um desenho aos 26 meses .
. Aos 2 anos : começa a
realizar exercícios, diariamente conseguindo através deles a fixação
e, mais tarde, a mecanização de movimentos recentemente aprendidos,
como o andar e o adestramento manual. Alcança também o controle dos
esfíncteres. Seus movimentos associados persistem;
. Aos 3 anos: a
atividade manual apresenta-se com maior exatidão, os gestos são cada
vez mais diferenciados e persistem o aperfeiçoamento da coordenação
visomotora. Já segura o lápis com mais preensão;
. Aos 4 anos: a criança
aprende a manejar a tesoura. Não há ainda a dissociação manual, e as
dissociações digitais ocorrem nos movimentos de preensão delicados,
em forma de pinça, alcançados normalmente, durante o ano e em
tarefas em que dedos tenham valor conjunto ou sejam dissociados de
fina precisão. Algumas tarefas do jardim de infância requer do pré
escolar movimentos delicados dos dedos, que exigem independência
entre uns e outros, ela se realiza por meio de grande esforço,
imprecisão e fadiga imediatamente. A etapa pré escolar que começa
aos 4 anos, é na realidade, em período de maturação intelectual e
motor, na qual se apóiam as duas funções esboçadas nos 3 primeiros
anos. A aquisição da precisão de movimentos é realizada de uma forma
lenta. Esta lentidão é mais acentuada no começo da etapa pré
escolar, dos 4 aos 5 anos, porque constitui um meio de controle
voluntário dos movimentos impulsivos sob cujo domínio o dinamismo
manual em, atividades de pouco deslocamento (recorte, colorido,
etc...) Não pode estar bem dirigido.
. De 5 a 6 anos: os
controles que a criança já conseguiu adquirir e afirma-se pelo
exercício dão lugar às complexas tarefas escolares, nas quais as
simultaneidade de movimentos exigidos, solicitará dela um esforço
enorme de caráter psicomotor, em que a atenção terá um papel tão
importante quanto as capacidades motoras;
. Criança de 6 anos:
os termos direita e esquerda já conseguem ser identificadas.;
. Aos 12 anos: a
discriminação direita e esquerda tem íntima relação com o quociente
de inteligência e com a idade. A maturação da noção direita-esquerda
no esquema corporal é requinto para a orientação direita-esquerda
exata no espaço e para criar os hábitos direcionais constantes,
necessários para a criança dominar a leitura.
É bom lembrar que a
divisão por idade tem por objetivo a comodidade. Os meses-chave para
instalação da capacidade social e intelectual da criança estão
situados entre 9 e 18 meses. Uma carência nesta idade pode marcar a
criança no plano intelectual de maneira mais ou menos grave. Os
processos motores e sensoriais permitem à criança tomar consciência
de seu próprio corpo e formar sua “imagem corporal” isto é, de se
reconhecer como pessoa. O desenvolvimento sensorial é o meio
essencial da tomada de consciência do meio ambiente. |