Profissão Mestre
Fonte
: JORNAL VIRTUAL PROFISSÃO MESTRE Entramos no mês do professor. Então, nada melhor do que pararmos para refletir sobre a educação de nosso país. Mesmo você que não é professor, faz algo por uma sociedade melhor, mais “educada”? Conhece algum projeto que merece ser divulgado? Mande para nós!
Para
começar as reflexões, o texto de Jane Patrícia Haddad, pedagoga,
psicopedagoga clínica, que também ministra palestras para famílias e
educadores.
A
poluição de informações e estímulos cresce a cada dia; valores básicos
estão sendo substituídos por computadores, celulares,
videogames e tudo que seja
fast food.
Todos nós
estamos acompanhando pela mídia os casos absurdos de indisciplina e
violência nas escolas, sejam elas privadas ou públicas. O que mais me
preocupa é o número de professores adoecendo e trocando seu ofício por
qualquer outro que não seja a educação. E os pais abrindo mão de seus
papéis e deixando com que os filhos assumam o comando de suas próprias
vidas, pois todos nós sabemos que crianças e jovens contrariados são
conflito na certa, e os pais estão fugindo de conflitos com seus filhos.
Como estarão as instituições escolares daqui a dez anos? E a instituição
família? O que percebo é que muitos pais temem perder o amor dos filhos se forem firmes nas regras e cobranças e, com isso, as estruturas familiares estão enfraquecendo cada vez mais. Impor limites de modo claro e afetivo pode gerar enormes benefícios aos jovens e à sociedade. Talvez seja a hora de admitirmos a hipótese de que estímulos demais e permissividade podem ser catastróficos e, quem sabe, passarmos a orientar crianças e jovens no desenvolvimento da tolerância e frustrações, reduzindo a chance de virem a manifestar a insaciabilidade de sensações na vida adulta. É preciso que pais e professores resgatem seus papéis de adultos-autoridade. Os jovens estão gritando por isso, eles não estão precisando de adultos-amiguinhos e, sim, de referências e modelos de coerência, de pessoas éticas que conseguem orientá-los dentro de um projeto de vida que fuja do imediatismo em que eles se encontram. É preciso ensiná-los que o futuro depende deste presente tão banalizado por eles. Acreditem, se resgatarmos nossos papéis com coerência e ternura, iremos parar de ouvir e reclamar tanto de nossas crianças e jovens e, com certeza, estaremos garantindo a continuidade da nossa história e do nosso futuro.
|