Os pais de trinta


Quando falamos da geração que hoje aponta, desde os  que  ainda estão na barriga aos que já tem seus 12 anos, falamos também de pais jovens, que não pertenceram a gerações tão distantes assim.

Ainda não tenho 30 anos, tenho dois filhos pequenininhos e na minha infância não me faltou nada. Pertenço à cultura dos 1000 brinquedos, embora  a mídia um pouco mais tranqüila, à geração dos brinquedos estrela , da boneca Barbie, dentre muitas outras que ainda estão no mercado, à geração que já ia para a Disney na infância e não brincava tão livremente na rua. Pertenci a uma classe média alta, eu não tinha apenas uma Barbieou um joguinho e uma outra boneca, tinha diversos deles assim como minhas amigas que hoje também são mães.

Ouço muito sobre o consumismo e educação dentro de um contexto onde os pais não tinham liberdade, nem bens financeiros, mas eu, mãe hoje, já pertenço à geração do consumo e do diálogo. Não é pela falta do que teve que o pai dessa idade tenta encher o filho de presentes, brinquedos e o que mais for, mas sim pelo impulso de consumir, comprar, comprar e comprar. E de maneira nenhuma me coloco fora disso, quantas vezes não penso: “mas será que a necessidade e o desejo é dele ou meu?”.  E é isso que me chama atenção, pais como eu, conscientes disso, mas que mesmo assim lidam diariamente com essa dificuldade.Sei também que outro fator que impulsiona o consumo é a falta de tempo para com os filhos e aí, a compensação; o amor em forma de boneca, de vídeo game e celular.

E como cair fora disso? Como deixar as coisas mais simples? Como deixar a infância falar por si só? Porque sim, criança precisa de muito pouco para brincar, precisa de imaginação e criatividade que é o que ela tem de sobra. Como não sufocar ou deixar isso se perder?

Já experimentou dar uma caixa de ovos e uma porção de canudos para uma criança brincar? É impressionante e admirável a capacidade de transformar simples objetos em verdadeiras naves espaciais, ou o maior dos bonecos,  do terrível monstro ao super herói! É só deixarmos a infância falar!



 

 

 


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