O livro Psicanálise e Educação, elaborado pela
psicanalista Andréa Carla Brunetto será lançado
na próxima terça-feira, dia 14, no Marco (Museu
de Arte Contemporânea).
O livro é resultado de cerca de uma década de
estudos, incluindo leituras feitas durante
mestrado e a atuação em programas do poder
público para alunos especiais. O evento será a
partir das 19h30.
A autora descreve a visão que a sociedade tem
sobre as pessoas com deficiência, ficando
evidente uma segregação a quem é diferente. Não
se trata de um entendimento recente: ela cita
outros autores que escreveram sobre a segregação
dos negros e dos loucos, como Hannah Arendt e
Sigmund Freud. Outro citado é o japonês
Kenzaburo Oe, prêmio Nobel da Literatura de
1994, que descreveu seus sentimentos sobre a
reação da sociedade ao seu filho deficiente, e a
preocupação de que o mesmo ficasse desamparado
após a morte do autor.
"Há uma busca constante pela perfeição,
disciplina e
beleza", explica. Perseguir estes ideais dá
um certo "conforto" às pessoas, embora o
encontro não termine com as angústias, diz.
Neste sentido, Andréa Brunetto quis fazer um
caminho inverso de outros autores que compararam
educação e psicanálise, mas destacando as
diferenças. Ela quis identificar as
convergências, como a constatação do desamparo
das pessoas, reconhecida tanto pela educação
como pela psicanálise.
Segundo a autora, o livro ajuda a entender um
pouco esta busca da sociedade moderna. Um
desafio é propor como a educação pode ajudar a
entender a segregação e ajudar na inclusão.
"Ainda há um preconceito em achar que a
psicanálise é só para atendimento clínico. O que
eu quis foi mostrar que se pode aplicar com
rigor os fundamentos psicanalíticos na
educação".
Sobre a autora
A autora é membro do Ágora, instituto que
divulga a psicanálise em Mato Grosso do Sul, já
publicou artigos e participou de congressos
internacionais de psicanálise, deu aulas em
universidades de Campo Grande e Dourados, onde
mantém consultórios. (Com informações da
assessoria da FCMS)