Lançamento do Livro "Sobre todas as coisas"

Amigas e amigos,

 O meu partilhando de Natal vai ser diferente. É que nasceu, depois de longa gestação, o meu primeiro neto. Ou será o quarto filho?

Nos últimos meses, aproveitando uma temporada no 'limbo', tomei à mão uma tarefa que há tempos exigia minha atenção, mas para a qual não tinha tempo: organizar os meus escritos. Foi um tempo de descobertas.

O primeiro texto que encontrei nos meus alfarrábios e que sobreviveu ao tempo, escrevi quanto tinha 15 anos. Não parei mais. Escrever é minha terapia, minha sobrevivência, missão e, agora, minha herança. Saiu o meu primeiro livro de crônicas chamado "Sobre todas as coisas"

Uma batalha de mãos e espírito. Edição independente que enfrentará, agora, outra batalha: a distribuição. Por enquanto, conto com os amigos.

O livro custa 20 reais e contém uma seleção de 40 crônicas escritas ao longo do cotidiano e do tempo. A apresentação é do Pe. Libanio, que na sua generosa amizade me presenteou com palavras que encheram meu coração de afeto e alegria.

 O lançamento oficial ficou para o ano que vem pois o livro só chegou hoje (21/12) às minhas mãos. Mas já tenho para entregar aos possíveis interessados. É uma boa dica para presente de Natal, amigo oculto, batizado, posse de síndico, Bar Mitzva, aniversário de casamento ou natalício, enfim, para qualquer efeméride digna de nota e homenagem. Com um detalhe: a edição é limitada e você pode estar adquirindo uma futura raridade. Vai que eu fico famoso!?

 Assim, se quiserem um exemplar (ou vários) entrem em contato. O e-mail é esse mesmo ( lukinhaskleib@hotmail.com ) e os telefones são:

031 - 99786381 e 32441120.

O telefone do meu empresário (meu filho Lucas) é 9802-6381.

 Há opção de entrega via correio, motoboy e, a partir de 5 exemplares, eu mesmo entrego (na região de BH), com direiro a autógrafo in loco.

 No anexo, a foto da capa e a apresentação do Libanio

 Um abraço fraterno a todos e o desejo de um Natal Santo e Sempre.

 Eduardo Machado

 

Eduardo Machado, Sobre todas as coisas.

 

            Assalta-nos à leitura enorme quantidade de crônicas e comentários rápidos nos jornais, nos sites da Internet e na caixa de e.mails. Resta-nos a difícil tarefa da seleção. E ao depararmos com deliciosos textos, imediatamente sentimos vontade de passar aos amigos e a todo leitor desejoso de algo diferente e sugestivo.

            Eduardo Machado possui o talento de cronista. O cotidiano mais simples oferece-lhe ocasião para reflexões luminosas. a corriqueira apresentação do Curriculum vitae foge do padrão tradicional. Anuncia-se de modo original em perspectiva diferente em que não pesam os títulos, mas as relações pessoais.

            Esposa e filhos povoam os textos na beleza da relação, na felicidade da vivência, sem esquecer o contínuo trabalho de tais relacionamentos. Nada cai feito do céu, mas se constrói na terra pelos dons da natureza e pelo esforço da liberdade humana, regada pela graça.

            Eduardo, profundamente cristão, sem pieguice nem proselitismo religioso, impregna as crônicas com o sabor da . Esta flui como água pura de mina inesgotável e incontaminada. Os tons variam, mas a tônica central atravessa o conjunto escrito.

            Visita ao seminário, a imagem do Olhar de Deus, o pai amarrado ao futebol da Copa, os filhos quais anjos a chegar um depois do outro com traços originais, o encontro fortuito com uma ex-aluna, cenas escolares permitem ao leitor deliciar-se com experiências do Eduardo, mas que nos iluminam vivências que todos fazemos semelhantemente.

            As crônicas, na beleza e profundidade do acontecido, conjugam genialmente o pequeno, o transitório, o fortuito e o ocasional do fato narrado com a dimensão humana, universal, maior, perene, diria mesmo eterna do ser humano. Tal articulação nos toca em cada texto. Transitamos todo o tempo do passageiro para o definitivo, do singular para o universal, do corriqueiro para o perene. Exercício de leitura delicioso e enriquecedor. Supera a superficialidade de pós-modernidade feita unicamente de fragmentos descompostos, de momentos sem ontem nem amanhã. Aqui toda crônica aponta para o eterno amanhã do ser humano que pensa, que ama, que vive com Sentido.

            O segrego original de Eduardo consiste em descobrir, apontar e visibilizar o fio profundo de definitividade que se enrosca no caduco cotidiano. Faz emergir o Sentido maior que nos ilumina a existência além do tempo e espaço, quando tudo nos faz voltar para o presente e imediato.

            Crônicas pós-modernas pelo estilo narrativo, saboroso. Crônicas para além do pós-moderno pela argúcia penetrante do Transcendente que embebe todo o real. O olhar da mostra sua grandeza. Não se deixa capturar pelo totalmente perecível, porque enxerga horizontes maiores.

            Em “Recado quase inútilfala aos jovens, desde a tragédia de acidente de carro em que todos os passageiros estavam embalados pelo álcool, do risco de existência louca e desvairada, entregue aos prazeres imediatos e irresponsáveis. No caso daqueles jovens, tudo terminou em morte. Para o leitor, da morte espera-se que surja a vida.

            A geografia das cidades, Brasília ou Belo Horizonte, deixa de ser o simples plano urbano para se tornar cultura. Com perspicácia, Eduardo a vida por trás das esquinas e ruas, superquadras e botecos.

            O tema da religiosidade popular aparece em vários personagens com o sabor de quem respeita a piedade antiga, não se sobreleva ao topo crítico do iluminista, mas também não se amarra a traços superados. Conjuga crítica e respeito em dose delicada e inteligente. Graciosa e gostosa é a crônica sobre D. Antônia e o inferno. O colar de Poços de Caldas permite linda experiência de Deus. O tema religioso volta com freqüência. Ora uma carta de Jesus, ora uma fábula do Jornal de Opinião, um dia de praia em Guarapari, a morte de uma tia, a triste notícia do bebê resgatado das águas da Lagoa da Pampulha, o amigo que passou para uma igreja evangélica e tantos outros fatos e experiências do dia-a-dia terminam em oração ou reflexão teológica. Eduardo mostra como a teologia do cotidiano vai além do campo acadêmico e enche o coração de quem . Verdadeira e substanciosa teologia!

                        Na floresta de assuntos do pequeno cotidiano, a carta aberta ao presidente Lula traduz a decepção política de quem desde entusiasmo inicial chega à desilusão a respeito das esperanças levantadas por ele. Passou do voto por opção para o voto por falta de opção.

                        Enfim, leitor, delicie-se com essas crônicas. Alimente o espírito porque em todas elas existe algo maior que o simplesmente narrado: beleza, verdade, valor e sentido. E o coração se nutre dessa esfera superior que envolve os textos bem traçados e compostos literariamente.

Bom passeio dominical pelas páginas do livro!

 

João Batista Libanio, SJ

Novembro de 2007

 

 

 


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