Especialistas falam sobre o que pais e escolas devem ou não fazer para educar bem
Jane Patrícia Haddadmestra em Educação pela UniversidadeTuiuti da Paraná,especialista psicopedagogia e psicanálise. |
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Sandra Pereira Tostaprofessora de PUC Mines. Graduada em Comunicação Cocial,mestra em Educação pela UFMG e doutora em Antropologia Social peia USP. |
Se para alguns ela é sinônimo de regras duras e rigidez, para outros ela é sinônimo de liberdade e de convívio social. A disciplina (ou a falta dela) é um dos ternas mais discutidos por educadores.
E de que maneira a escola tem lidado com ela? Para falar sobre esse assunto, a BIS REVISTA conversou com duas especialistas. Sandra Pereira Tosta é professora da PUC Minas, graduada em Comunicação Social, mestra em Educação pela UF MG e doutora em Antropologia Social pela USE' Atua como pesquisadora/professora no Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Comunicação e Artes e Departamento de Educação da PUC Minas. Coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas Educação e Culturas (EDUC). É autora do livro Pedagogia e Comunicação no registro da liberdade. E Jane Patrícia Haddad é mestra em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná, especialista psicopedagogia e psicanálise. Graduada em Pedagogia pela PUC Minas, atuou por mais de 22 anos em escolas como professora, coordenadora pedagógica e diretora. É consultora educacional/institucional, conferencista, tendo participado de inúmeros eventos educacionais. Autora de diversos artigos sobre educação em sua relação com a comunidade; indisciplina escolar; transtornos educacionais dentre outros temas. Confira a entrevista:
BIS REVISTA: O ser humano, após descer das árvores e sair das cavernas, dotado de um poder racional maior, passou a dominar-se, não ser imediatista e esforçar-se para melhorar o desempenho de suas conquistas. A palavra disciplina tem, em seu étimo, significado oriundo do verbo aprender. De que maneira a escola, ao longo de sua existência, contribuiu para a disciplina e o desenvolvimento humano?
Sandra Tosta: Desde que as aprendizagens foram institucionalizadas pela criação dos sistemas escolares, coube também à Escola, juntamente com a família, a igreja e outras esferas de socialização, o desenvolvimento do ser humano. Desenvolvimento este que implica, em qualquer cultura, a integração dos indivíduos a uma ordem social pelos mecanismos primários de socialização, os quais, por sua vez, implicam disciplinamento. Ou seja, quando falamos de escola, falamos ao mesmo tempo, de aprendizagens em regimes de socialização, cujo alicerce e possibilidade é a subordinação dos indivíduos a regras e normas, à disciplina.
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O entendimento da
disciplina, assim como
da indisciplina, é
plural e depende de
cada cultura, pois,
estão assentados em
processos históricos
onde valores Fundantes da ordem social
são diversos.
(Sandra Tosta)
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Jane Haddad: Concordo com essa colocação em parte. O ser humano, ao ser civilizado, passa a conter seus instintos, respeita convenções coletivas e já não resolve questões baseado em seus instintos primários. Discordo no quesito não ser imediatista, não me parece uma característica da contemporaneidade. O imediatismo é algo que vem nos consumindo intensamente, o que acredito também ser um dos responsáveis por fórmulas mágicas' na educação. O senso de tempo vem mudando a cada dia, as novas gerações tem um senso de urgência, jamais visto e vivido por nós. Se entendermos que o mundo mudou, e sairmos das "nossas cavernas" poderemos olhar as belezas das novas gerações e aceitar que disciplinar ultrapassa qualquer tipo de ordenamento e punição. A Escola é um lugar que abre cabeças, que lança a saída da caverna, orienta as novas gerações a fazer escolhas e responsabilizar-se por elas. Eu creio na educação, creio nos professores e nas novas gerações. Acredito que a escola precisa também crer nisso. Contribuir para o desenvolvimento humano bem como sua disciplina é reconhecermo-nos como seres em aberto, prontos a aprender sempre. Agir baseado em princípios a meu ver é um bom caminho para o reconhecimento da importância da disciplina. Entendo a disciplina como uma cultura de responsabilização.
BR: A palavra disciplina também está, popularmente, relacionada à ordem e à rigidez. Isso acontece principalmente em países que vivenciaram ditaduras ou que possuem tradições neste sentido, como a China e o Japão. É possível diferenciar tipos de disciplinas na escola ou indicar algum tipo que traga maior rendimento e aprendizado do aluno?
ST: O entendimento da disciplina, assim como da indisciplina, é plural depende de cada cultura, pois, estão assentados em processos históricos onde valores fundantes da ordem social são diversos. O ethos cultural do Japão e da China, os exemplos citados são portadores de valores rígidos de condutas que dizem de respeito à hierarquia. Assim, podemos entender historicamente, o próprio valor da educação e do trabalhador da educação nesses países. E disciplina na escola não pode ser descolada de valores que fundam a ideia de civilidade de nações. A disciplina e sua co-irmã, a indisciplina, têm significados diversos, mas, podemos falar em termos gerais, que a disciplina pode ser traduzida nos comportamentos dos indivíduos, alunos, neste caso, que contribuíam efetivamente para a construção do clima social escolar, ou seja, o clima escolar, como a expressão da qualidade das relações interações sociais na escola com repercussões diretas no desempenho dos alunos e nos objetivos da escola.
JH: Na civilização ocidental, com o advento das instituições, durante séculos, a instituição escola desempenhou um papel socializador das novas gerações, decorrente do desempenho das funções de instruir e disciplinar. O tema da disciplina na escola tem sido recorrente nos debates e nos estudos recentes no campo da educação. Em minha pesquisa de Mestrado, defendida recentemente, trabalho com dois eixos da disciplina escolar, sendo o primeiro baseado em uma abor-dagem tradicional-normativa que trabalha o fenômeno como algo em si mesmo, como algo imposto sem critério de negociação. Já o segundo eixo, é baseado em uma concepção crítico-emancipatórias, que sustenta uma concepção de disciplina, como forma de autonomia
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Nós, educadores,
somos a possibilidade
de transformar a sala
de aula em um espaço de solidariedade
em um contexto de
competição baseado
no perde-ganha.
(Jane Haddad)
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ou emancipação, que contestam de forma contundente a natureza autoritária da disciplina tradicional, defendida no primeiro eixo. A concepção de disciplina que venho construindo em meus estudos é um bem interno, baseado em uma atitude de liberdade-responsabilidade do aluno, contrapondo uma concepção de disciplina como conformidade exterior às regras da escola, impostas arbitrariamente em boa parte das escolas. O "bom" aluno nem sempre é aquele que se comporta bem, que fica caladinho e tira notas boas. Por exemplo, em sala de aula, os alunos que hoje ingressam ali, são diferentes dos alunos que ingressavam há trinta anos, a disciplina que hoje parece impossível é, na verdade um convite a repensar: o que nós adultos estamos entendendo como disciplina qual sua função? A Escola não é campo de batalha, onde um fica e outro sai. Retomando a concepção de Disciplina na perspectiva do segundo eixo, apresenta a disciplina em consonância com a cultura, com reconhecimento e compreensão das normas, com nosso próprio processo histórico. Disciplina não se trata de cumprir ou não regras de conduta. Escola é lugar de acolhimento. Somos pontes entre o mundo infantil e o mundo adulto, somos o meio, o equilíbrio entre tudo pode e nada pode. Nós, educadores, somos a possibilidade de transformar a sala de aula em um espaço de solidariedade em um contexto de competição baseado no perde-ganha. Disciplina não é sinônimo de atitude de submissão pelo contrario é libertação. Pensar a disciplina hoje requer observar que sua concepção autoritária e arbitrária, em que um manda e outro obedece. Tal disciplina deriva de práticas abusivas, exercida, ainda por muitos professores, de modo unilateral, tendem a estar relacionadas às suas necessidades para ensinar, ou seja, uma disciplina imposta exteriormente, que garanta a ordem e a "aprendizagem" ou mesmo o tal rendimento que você menciona nesta pergunta. Portanto, a disciplina que contemplo será bem diferente desta citada. Disciplina é diálogo é partilha e coparticipação, é uma atitude constante de ir e vir entre todos os envolvidos no processo educativo, é uma pratica social. Podemos tecer disciplina como um conjunto de estratégias que permitem a escolha e responsabilidade de cada um e do cada-todo. "Seguir" normas é consequência do processo de cidadania. Eu participo, se me sinto pertencente a determinado grupo, sigo algo ou alguém, se reconheço seu verdadeiro sentido. Toda disciplina, que envolve o exercício de responsabilidade do aluno na construção das condições de aprendizagem e convivência na sala de aula. Essa concepção de disciplina é uma aposta para redefinir seu sentido, ela é um sinal do diálogo e acolhimento que tanto buscam as escolas contemporâneas.
BR: Sob esta ótica, a disciplina, quando rígida, pode ser um em-pecilho para o desenvolvimento da autonomia dos estudantes?
ST: Sim, pois, mecanismos disciplinares com vistas ao bom clima escolar não podem se constituir em mecanismos de controle que tiram ou inibem a autonomia e a alegria do aluno para aprender.
JH: Acredito que sim, o aluno é UM sujeito com desejos e repulsas, ser autônomo é algo processual, um sentimento de pertencer à determinada família, grupo. Reconhecer-se e fazer-se reconhecido como único diante de tantos. Acredito que disciplinar-se é algo que deve fazer sentido, o oposto a imposição. Nós adultos sabemos que, sem disciplina, não chegamos a lugar nenhum, mas só a aprendemos quando reconhecemos sua importância para nossa vida, para nosso processo de desenvolvimento.
BR: A disciplina também está relacionada a uma questão de limites. Como convergir os limites dos professores e dos alunos para que o ensino-aprendizado seja bem-sucedido?
ST: Esta convergência é necessária e depende do conhecimento e do esclarecimento que professores e alunos têm do papel de cada um. Tal esclarecimento somente pode ocorrer em meio ao diálogo permanente entre quem ensina e quem
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Acredito que pela
ocorrência Frequente
de situações de violência e de indisciplina
na no meio escolar,
esta última é a que
mais tem preocupado
professores e gestores. (ST)
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aprende, sabendo que ambos são sujeitos de aprendizagem contínua e de troca de experiências. Desta forma, em meio aos diálogos isentos de constrangimentos de ambas as partes e da instituição escolar, limites podem ser demarcados e respeitados.
JH: Não sei se a disciplina está ligada a limites, depende do ponto de vista, hoje em dia, nós educadores temos mania de falar: tal aluno não tem limites. O que estamos entendendo como limites? Em minha opinião, limites é algo a ser reconhecido como fronteira entre meus direitos e deveres. Algo que nos desperte o sentimento de pertencer aquele grupo, aquela escola. Cada direito segue lado a lado com um dever. Uma forma de convergir os limites dos professores e alunos talvez seja este reconhecimento de pertencimento, cada um em sua função e compromisso com sua causa. Direitos e deveres construídos coletivamente, baseado em diálogo, respeito e solidariedade.
BR: A escola se preocupa, hoje em dia, mais com a disciplina ou com a indisciplina de seus alunos?
ST: Acredito que pela ocorrência frequente de situações de violência de indisciplina no meio escolar, esta última é a que mais tem preocupado professores e gestores. Pois, num clima disciplinar a escola o aluno conseguem dialogar em prol de uma aprendizagem de qualidade.
JH: Acompanho muitos eventos, encontros e debates sobre a questão da (in) disciplina na escola, sobre as dimensões comportamentais as diversas análises das condutas dos alunos, crianças, adolescentes e jovens em nossa sociedade. No que diz respeito à disciplina, o que se percebe é que tanto do lado das famílias, quanto da escola, não se tem ainda alguns consensos mínimos so-bre o entendimento dessa questão, bem como sobre a indisciplina a que se atribui uma série de significados, por vezes confusos e misturados às questões de violência, de valores, sendo tomado como queixas em razão de "atos de bagunça", "não cumprimento das tarefas", "falta de atenção", "atrasos" e tantas outras. Acredito, diante da minha ex-periência, que se fala mais sobre a (in) disciplina, ou seja, a negação da disciplina. Fala-se em mal-estar, no aluno que "fracassou". Tendemos a reconhecer o que nos falta, uma cultura que foca mais o negativo. Afinal, penso que o momento educacional contemporâneo deveria primeiramente chegar a um consenso do que é disciplina, para poder reconhecer o que é a falta dela.
BR: Existem soluções práticas para reduzir esse problema dentro das instituições de ensino?
ST: Sim e a primeira delas é a compreensão de que indisciplina é parte das rotinas escolares e dos processos de aprendizagem e não pode ser confundida com violência e agressividade.
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Todos Falam e ninguém se escuta.
Como sentir-se pertencente a um grupo, que os próprios
alunos são incentivados a reconhecer,
em seus colegas, seus maiores concorren
tes? (JH)
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JH: Acredito que existam algumas pistas como trabalhar mais com a escuta. Montar comissões de escuta, junto aos alunos, aos pais e professores. As pessoas estão precisando falar e serem escutadas, As "soluções" estão na própria escola, nos próprios grupos e nas famílias. A grande questão que observo, é que estamos diante de muitos ru-ídos e respostas imediatas. Todos falam e ninguém se escuta. Como sentir-se pertencente a um grupo, que os próprios alunos são incentivados a reconhecer, em seus colegas, seus maiores concorrentes? Ok isso pode ser verdade, mas a forma de conduzir este processo competitivo pode ser mais um processo mais humano e solidário, O grande problema que vejo hoje nas escolas é a falta de sentido que ela tem para todos.
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Primeiramente o
caminho deve ser o pedagógico, o diálogo
compartilhado com
a Família e, nos casos em que a prática
do bullying persiste, punição.
(ST)
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BR: A responsabilidade dos pais da escola no desenvolvimento da disciplina é igual? Como deve ser feita essa distribuição?
ST: Penso que deve ser inteiramente igual e permanente, considerando que o aprendizado e a socialização começam em casa e mais tarde serão compartilhados com a escola. A relação escola-família é de fundamental importância para se alcançar
bom desempenho dos alunos, bem como, buscar alternativas de solução para os casos limites da indisciplina e da violência que, em geral, influenciam para o mau desem-penho escolar e, muitas vezes, com o abandono da escola.
JH: A Família é o primeiro ambiente que acolhe a criança, que orienta e que conduz. Se nas famílias algo está perdido, como esta criança chegará à escola? Sou da opinião que escola família devem andar lado a lado, um contrato ético de ser, agir ergerir esta longa parceria. Não é tão 'simples, dividir o que é de quem, mas é possível. O caminho que reconheço é um compartilhar de concepções: Quando matriculo meu filho (a) em determinada escola, o que busco ali? O que pretendo que meu filho leve pela sua vida a fora? Como ser uma escola "eficiente" e ao mesmo tempo ética? Atualmente, venho falando para gestores e professores, que, o momento é "matricular" os pais na escola, fazer deste espaço um local democrático, uma arena de debates e frutíferas parcerias. Acredito ser o debate o encontro culminante da garantia da palavra da escuta dela. Convivo com diversas famílias que no seu intimo me dizem: "não sei como educar meus filhos". Nenhum pai ou mãe erra porque desejam errar e sim porque tentam acertar. O mundo mudou, as pessoas mudaram, o que antes era um modelo rígido, hoje é móvel. Quem orienta quem? O momento é de nós escolas, redefinirmos o real papel da família na nossa escola, bem como acolher suas novas configurações e formas de par-ticipação. Chamar pais, apenas em festas e momentos de informar que filho vai mal, não convence mais, é um modelo morto e sem perspectiva. Escola e família devem acL.iner-se neste momento de transição, cada qual na sua função. As mudanças constantes solicitam lidar com a dúvida como forma de transformação de uma possível realidade. Não há certezas, apenas possibilidades de mudança.
BR: Sabemos que a prática do bullying não é tão nova quando o conceito. No entanto, a cobrança da sociedade por ações mais punitivas para os que promovem violência escolar tem aumentado. O caminho é a punição?
ST: Primeiramente o caminho deve -ser o pedagógico, o diálogo compartilhado com a família e, nos casos em que a prática do bullying persiste, punição. Costumo dizer que o melhor a fazer é evitar que tais agressões ocorram na escola e o debate aberto e antecipado sobre o assunto é muito saudável.
JH: Não acredito que a punição eduque, ela entra onde de alguma forma a educação não entrou.
Como educadora, acredito na prevenção e no ponderável. O mo mento requer algumas interrogações: porque estamos tendo que punir crianças e jovens? Talvez essa decisão possa nos conduzir a uma profunda reflexão de quem somos nós adultos para as novas gerações?
Como ensinamos o bom senso de um conflito? Punir é um atalho, da grande estrada, é mais rápido e obscuro do certo-errado. Se nos tornássemos mais preventivos e amorosos não precisaríamos ser punitivos. Educar é um longo processo, árduo histórico e social. Como lembra D 'Amola, "numa democracia ninguém deve ser educado para obedecer, mas para colaborar e respeitar os direitos alheios". Talvez este seja um dos caminhos, abrir o debate, apresentar as normas aos participantes do jogo, discutir as regras do tabuleiro educacional, reconhecer coletivamente as normas que valerão. Participar requer escolha e responsabilidade, querer e saber, caso contrário, eu posso apenas andar e voltar com
"peão", sem saber para onde ir. Certa vez acompanhei um aluno do Ensino Médio, que agredia verbalmente e fisicamente seus colegas e professores, sempre com um perfil mais frágil que ele, algo que se repetia diariamente e intencionalmente,
conhecido bullying. Esse aluno, agressor, sempre foi orientado pelo seu pai, a não baixar a cabeça para ninguém, não ser humilhado (como ele pai já havia sido na escola) e se fosse necessário, o pai o orientava: "Bata, sem dó". Acompanhei esse aluno por dois anos, reorientando ele e seu pai. Um belo dia fui chamada pelo seu pai na porta da escola, aquele homem tão valentão, tinha sumido e a única coisa que ele disse: "Eu sei que errei, quis que meu filho não sofresse o que sofri". Naquele dia , seu filho havia sido retido em uma casa-abrigo. Motivo: Uma briga que resultou em morte de um colega. Esse jovem foi punido. E agora? Dói pensar que, quem deveria orientar seus filhos, pode ser um dos responsáveis pela sua condenação. Então, o que estamos fazendo ou, melhor dizendo, o que não estamos fazendo para que isso continue acontecendo? Se não nos reinventarmos, corremos o risco de termos que retornar as nossas mais profundas cavernas. Seria isso disciplinar?
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Não acredito que a
punição eduque, ela
entra onde de alguma
forma a educação não
entrou. Como educadora, acredito na
prevenção e no ponderável.
(JH)
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