O mundo mudou, estamos no meio de uma transição social com diversos desafios, possibilidades e limitações. Vivemos um momento novo na história da humanidade: o da sociedade da informação e globalização. O momento atual, provoca em cada um de nós, um agir e pensar igual em todos os contextos sociais. O que impera hoje é a semelhança, o grupo, a padronização. Vivemos em uma sociedade em que quase tudo pode ser transformado em produto, até mesmo a emoção humana. Temos que ser felizes, bonitos, ricos e inteligentes e competentes. Com isto não é de surpreender que temos como um dos principais desafios contemporâneos para a educação: a inclusão ou melhor criar e reinventar uma escola aberta às diferenças. No entanto, é necessário entender que a escola foi criada tradicionalmente em um sistema excludente em que apenas os “normais”, “inteligentes” e “bem criados” tinham seus lugares garantidos. E hoje o que mudou e o que permanece? O que mudou foi que a educação inclusiva surgiu da importância de fazer essa ruptura. Ela veio escancarar (apesar de não querermos ver) que a educação, no mundo todo, vem excluindo, cada vez mais alunos, em vez de incluir.
Família e Escola devem conversar e juntas (cada uma na sua função), atuarem efetivamente para uma sociedade mais inclusiva. Nossa sociedade contemporânea é uma sociedade que caminha nas crenças prévias, nos protocolos e diagnósticos diversos. De como as pessoas devem pensar e sentir e caso não correspondam a determinado protocolo podem ou não ser classificadas por siglas. Contudo, ainda assim é possível tentar uma educação inclusiva.
Em uma escola aberta às diferenças qual seria, então a concepção de ensino e de aprendizagem compatível com o "modelo"social da inclusão, que além de acolher as diferenças de gênero, raça e etnia, acolhe também as diferenças de condições físicas e mentais, além das dificuldades de aprendizagem? Como pensar e atuar na educação inclusiva quando nossa sociedade prima pela eficiência em detrimento da deficiência? Estaríamos diante de uma impossibilidade? Já que deficiente é não ser "capaz" de e portanto não ser "eficaz"? O que é "classificado" como deficiência? E o que é dificuldade?
Minha exposição, visa um debate sobre as limitações e possibilidades frente as práticas educativas inclusivas. Como contemplar a escuta e o olhar para além das deficiências e dificuldades?
Educar para e na diversidade requer começar e recomeçar uma conversa que possibilite um contar e recontar de diversas histórias, abrindo espaço para conversação onde a palavra entra em movimento e ressoa em ação.
As limitações do Professor e da escola para lidar com a inclusão podem gerar possibilidades desde que cada sujeito se implique em desorientar os discursos das certezas.
“ Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido”. Rubem Alves
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