|
Campanha pela paz e pelo desarme nuclear terá
como ponto alto uma marcha
mundial que percorrerá mais de 160 mil km e terá 1
milhão de participantes. Já aderiram os prêmios
nobel José Saramago, Desmond Tutu, os acadêmicos
Eduardo Galeano, Noam Chomsky e centenas de
personalidades das artes, esportes e ciências |
A maior marcha
mundial que a humanidade já teve notícia. Essa é a proposta
dos organizadores da Marcha pela Paz
e Não-Violência, uma iniciativa que começou com a Ong Mundo
Sem Guerras e que foi ganhando corpo com a adesão de
centenas de organizações e personalidades. O percurso
passará por cerca de 100 países nos cinco continentes e
contará com a participação direta de mais de 1 milhão de
pessoas. "Na fase de preparação, projetamos o percurso em 40
países, o que parecia uma enormidade. Hoje já estamos
passando dos 90 países", diz Rafael de la Rubia, idealizador
da marcha.
"Esta marcha
mundial que hoje lançamos publicamente tem como objetivo
básico criar consciência que a única via é a Paz com a
metodologia da não-violência para que realmente superemos a
pré-história humana", disse de la Rubia na apresentação
oficial da marcha, realizada no
último dia 15 de novembro, no Parque Punta de Vacas, um
espaço dedicado à Paz e Não-violência situado nos pés do
Monte Aconcágua, na Argentina, e destino final da
Marcha. Ele ressalta que as
principais propostas da iniciativa é clamar pelo
desarmamento nuclear e exigir dos governantes a retirada de
tropas de territórios ocupados.
A marcha
já conta com a adesão de centenas de notáveis, entidades,
prefeituras e universidades, incluindo Arun Gandhi, neto de
Mahatma Gandhi, que é um das principais referências da luta
não-violenta. Outros exemplos de adesões de envergadura
internacional são os escritores José Saramago e Eduardo
Galeano, músicos como Joan Manuel Serrat, Ana Belén, Juanes,
do maestro Zubin Metah, do astronauta Pedro Duque, do
ativista de cultura de paz Federico Mayor Zaragoza, do
dramaturgo Augusto Boal, entre outros. Confira alguns
depoimentos:
"A Marcha Mundial pela Paz e a
Não-Violência é uma maravilhosa idéia, uma digna comemoração
ao legado de Gandhi no centenário de seu nascimento.
Dificilmente poderia ser mais oportuna, e deve servir como
uma fonte de inspiração para aqueles que tratam de cumprir
os nobres ideais que a vida de Gandhi simbolizou em formas
que são raramente abordadas". Noam Chomsky
"Há conflitos que estão assolando o mundo, principalmente
entre países que não têm nenhum desejo de viver como bons
vizinhos, seja Israel, Palestina ou Cachemira. É meu sincero
desejo que ações como esta nobre marcha
inspire a esses países para que reconsiderem seu ódio inato,
e escolham a rota da paz pela qual Gandhi caminhou toda sua
vida" Zubin Mehta.
"Trata-se de participar na mobilização geral da luta pela
paz: é a vida da Humanidade que estamos defendendo, esta de
hoje e a de amanhã, que talvez se perca se não a defendemos
agora mesmo. A paz é possível se nos mobilizarmos para
consegui-la. Nas consciências e nas ruas". José
Saramago
A marcha
já conta também com a adesão de organizações como a Anistia
Internacional e a Cruz Vermelha em alguns países, Avós da
Praça de Maio, Opanal (organismo para proscrição de armas
nucleares), Rede Internacional de Cientistas pela
Responsabilidade Civil (INES), entre outras. Diversas
prefeituras e universidades já confirmaram apoio à
marcha com o fornecimento de ajuda
para alimentação, alojamento e transporte.
O percurso da
marcha será realizado entre os dias 2
de outubro de 2009, quando parte da Nova Zelândia, e o dia 2
de janeiro de 2010, quando chega ao Parque Punta de Vacas,
aos pés do monte Aconcágua (ver material anexo). Haverá um
trajeto básico que começará na Oceania, passará pela Ásia,
Europa e África e percorrerá toda a América desde o norte
até a cordilheira dos Andes na Argentina. Outros trajetos
complementares também farão parte da marcha,
alguns dos quais em regiões de conflito como Israel e
Palestina, ou quase desabitadas como Artártida, Punta Arenas
e Santiago do Chile.
Além do percurso da
marcha, a iniciativa também envolve
uma campanha de 1 ano, que está em andamento e que já tem
diversas atividades programadas. Como principais exemplos,
serão realizados três mega-concertos em Praga, Dakar e
Santiago do Chile. Para-quedistas russos irão fazer o
símbolo da paz no ar. Confrarias de pescadores vão fazer uma
marcha pelo mar para cruzar o
estreito de Gibraltar. Cineastas irão gravar curta-metragens
na passagem da marcha em cada país.
"Nosso principal desafio é fazer com que os mais de 6
bilhões de habitantes de nosso planeta tomem conhecimento da
marcha mundial e que possam decidir
se participam dela", diz Rafael de la Rubia.
Marcha
Mundial pela Paz e Não-violência
Início da campanha:
novembro de 2008
Partida da
marcha: 2 de outubro de 2009 em
Wellington, Nova Zelândia
Chegada: 2 de janeiro de
2010 em Punta de Vacas (Aconcágua), Argentina
Site:
www.marchamundial.org
Os números da
marcha
Continentes: 6 Países: 90
Quilômetros: 160.000
Duração: 90 días
Transporte: 40 trajetos de trem, 100
trajectos terrestres, 14 trajetos aéreos,
25 trajetos aquáticos
Estações: passará duas vezes pelas 4 estações
do ano.
Passagens em fronteiras: 160
Instituições co-organizadoras: 500
Instituições colaboradoras e adesões: 3.000
Visitas a governos e representantes políticos:
100
Centros espirituais: 25
Participantes no percurso: 1 milhão
Participantes virtuais: 10 milhões
|
Fotos: Miguel Angel
Invarato
Legenda: Rafael de la
Rubia (de blusa branca), fundador do Mundo Sem Guerras,
apresenta oficialmente a Marcha
Mundial pela Paz e a Não-Violência em Punta de Vacas (Aconcágua),
Argentina
|